Governo discute necessidade de um novo imposto sobre movimentação financeira

Lula debate com ministros proposta de novo imposto sobre movimentação financeira.
No Congresso, comissão debate relatório preliminar da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comanda a tradicional reunião de coordenação política nessa segunda-feira (19) e deve debater com seus principais ministros uma proposta da base governista no Congresso Nacional que prevê a criação de um novo imposto sobre a movimentação financeira que seria usado para financiar novos investimentos na área da saúde.

O novo imposto seria cobrado nos moldes da extinta CPMF e é a forma encontrada pelos aliados para garantir a aprovação na Câmara dos Deputados da regulamentação da Emenda 29. Esse projeto, já aprovado no Senado, obriga a União repassar 10% de suas receitas brutas para saúde, de forma escalonada, até 2011. Hoje, o governo destina cerca de 7%. O Orçamento deste ano prevê R$ 48,5 bilhões para a área. Até 2011, pelo projeto, receberia cerca de R$ 20 bilhões a mais.

Porém, Lula avisou aos aliados na reunião do Conselho Político da Coalizão (que reúne os presidentes e líderes congressistas dos partidos aliados do governo) que vetaria a proposta se ela fosse aprovada no Congresso sem uma fonte de receita. A forma encontrada pelos partidos da base para elevar os recursos para a saúde foi a criação de um novo tributo nos moldes da CPMF e o tema será discutido nesta segunda-feira.

Ainda nesta segunda-feira, Lula deve comparecer também ao encontro dos prefeitos dos municípios com menor Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) às 15h. Durante o evento, o ministro da Educação, Fernando Haddad, também fará um balanço das ações do Plano Nacional de Educação (PDE).

No final do dia, o presidente se reúne pessoalmente com o futuro ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. Lula deve abordar com Minc suas declarações sobre o combate ao desmatamento no Brasil e sua proposta de colocar contingentes militares em parques nacionais e reservas extrativistas. Minc disse ao desembarcar no Rio de Janeiro, no domingo (18), que vai apresentar dez propostas a Lula durante a reunião.

Na terça-feira (20) o presidente cumpre agenda fora de Brasília. Às 10h, em Santos (SP), dá início às obras de saneamento e habitação previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para a região da Baixada Santista. Às 12h, já em São Paulo, Lula assina na Favela de Heliópolis contratos para a despoluição dos mananciais de água das represas de Billings e Guarapiranga.

Também em São Paulo, o presidente ratifica o contrato para a viabilização da linha verde do metrô e para o início de obras do PAC na região. A partir das 16h, ele assina, em Santo André, ordens de serviço para o início de obras do PAC na região do ABC.

Na quarta-feira (21), Lula dá posse ao novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, no Palácio do Planalto. Às 15 horas, o presidente recebe executivos estrangeiros ligados à área de ciência e tecnologia. Às 17h30, Lula se reúne com o candidato à presidência de El Salvador, Mauricio Funes.

Na sexta-feira (23), o presidente participa às 10h do encontro de chefes de Estado na abertura da Cúpula da União de Nações Sul-Americanas (Unasur), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. Às 13h, Lula oferece almoço no Palácio do Itamaraty aos presidentes presentes ao encontro. Às 16h, o presidente terá uma reunião de trabalho com o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe.

No Congresso

A semana será curta no Congresso Nacional por conta do feriado. Nesta segunda-feira, a Comissão Mista de Orçamento (CMO) faz reunião às 18h para debater o relatório preliminar da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO 2009) que será apresentado pela senadora Serys Slhessarenko (PT-MT). O texto define as regras gerais para elaboração de emendas para a LDO de 2009 entre os dias 21 e 30 de maio.

Na terça-feira (20), os parlamentares devem se concentrar no depoimento do assessor do ex-secretário de controle interno da Casa Civil, José Aparecido Nunes Pires, e do assessor do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), André Fernandes, na CPMI dos Cartões Corporativos. Os dois trocaram e-mails com informações de um suposto dossiê contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Nas planilhas passadas por Pires a Fernandes, constam os gastos com cartões corporativos de FHC e sua esposa Ruth Cardoso.

Antes do depoimento dos dois, previsto para a manhã de terça-feira (20), a presidente da CPMI, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), reunirá os membros da Comissão numa sessão secreta. Nessa reunião preliminar, Marisa lerá aos parlamentares os depoimentos prestados por Pires e Fernandes na Polícia Federal.

Segundo a senadora, o ex-funcionário da Casa Civil será ouvido já na condição de indiciado, já que depois do seu depoimento da PF ele foi considerado culpado por ter quebrado o sigilo funcional.

Ainda na terça-feira, a Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado analisa projetos de lei que tratam da indenização a passageiros de avião que sofrem com os overbookings das companhias aéreas. Na mesma reunião, os parlamentares podem aprovar um requerimento convidando os diretores do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para explicar as recentes denúncias de desvio de verbas da instituição.

Via: G1

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